sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A mulher que quis ser homem novamente

De repente veio em sua cabeça “Quero ser homem”.  Inpirou com tanta determinação que seus seios falsos se empinaram. Fez um micro gesto com o canto da boca. “E agora?” Lembrou da merda que fizerá a anos atrás quando decidiu ser travesti. Nunca pensou que ele(ou ela, sei lá) poderia mudar de opinião. “Pelo menos ainda tenho meu ‘littler boy’”.
                Não sei ao certo o que o fez pensar nisso tão do nada. Tenho raiva dos professores de português que dizem que eu sou um narrador oniciente. Eu não sou deus. Só sei o suficiente para que você conheça a história do colega que queria ser homem. E o que importa, é que ele(ou ela, sei lá) estava pouco dinheiro no banco, ou qualquer outro lugar. Sua vida de acompanhante é bastante rentável, não se engane. Mas eu não me lembro o porquê dele estar com pouco dinheiro. Talvez alguma festa, alguma compra. Qualquer coisa do tipo. Como ele iria pagar por uma cirurgia para voltar a ser homem. Retirar aqueles seios falsos. Aquela bunda siliconada. Teria que cortar o cabelo. Parar de usar suas maquiagens. Aprender a falar como homem. Começar a fazer coisas diferentes e pesadas na academia.
“Não pode ser tão ruim assim. Ser homem. Tanta gente é”. Pensou em tomar um copo d’água “Não. Beber água é pra viados. Agora eu sou homem. Quero um chop”. Infelismente ele não tinha chop em casa, e estava aconchegado demais em casa pra sair pra comprar. Decidiu tomar refri sem gás e com um leve gosto de hortelã.
”Qual emprego eu vou arrumar. Tem que ser um emprego bem de macho. Caminhoneiro, lógico. Jogador de futebol. Aii... Por que só me vem a cabeça aero-moça? Que arraso. Não posso ser cabelereiro, tem má fama. Taxista é bom.  Camelô... Não, eu quero ganhar dinheiro de verdade. E se eu fazer engenharia civil? Eu posso ganhar dinheiro, ganhar prestigio social e mulheres bonitas. Só que tenho que passar sei lá quantos anos estudando. E agora?”
Isso ela(ou ele, sei lá) poderia resolver depois. Mas ela(ou ele, sei lá) tinha que arrumar dinheiro. Pegou o celular que mais ninguém podia pegar além dela propria e procurou o nome de alguém com quem pudesse conversar. Para sua loucura, só quem podia lhe ajudar eram pessoas com as quais não gostaria de conversar e nem podia contar. Jogou o celular que mais ninguém podia pegar além dela propria de lado. Pensou que como mulher, ela (ou ele, sei lá) era bastante bonita. Se fosse uma mulher de verdade, com aquela aparência, todos os homens correriam atrás dela.
Mais tardar, no outro crepúsculo, decidiu o que iria fazer para ter capital para ser o que sempre foi. “Vou continuar como acompanhante, faço econimias, e voilá. Poderei ser homem”. Dessa vez, ela(ou ele, sei lá) tinha comprado chop. E enquanto bebia e se congratulava por sua esperteza, virilidade e masculinidade, sentia falta do gosto do refri sem gás e com um leve gosto de hortelã.
Depois de alguns meses, Quando estava já na sala de cirurgia, veio-lhe uma ídeia de supetão. Prendeu a respiração e fechou os olhos. Queria ter coragem para dizer ao médico o que acabará de pensar.
“Doutor. Cancele a cirurgia. Acabei de lembrar que meu pai e minha mãe vão esfregar na minha cara pelo resto de minha vida que eles estavam certos em dizer que minha orientação sexual era uma fase e iria passar. E eu não estou afim de ouvir isso. Prefiro continuar com minha profissão e minha vida felizes como estão, até que eu morra e Deus me julgue culpada(finalmente, culpad’a’, no feminino) por ser uma “puta de luxo” ou inocente por AMAR os homens”.
O médico estava estarrecido, as enfermeiras estavam gélidas e o colega que queria ser homem, nunca mais quis ser homem novamente. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Compartilhe a extroversão

Se algum dia você puder lutar contra a felicidade não se esqueça de deixá-la te nocautear, e derrubar e te render. E de repente não sair mais de sua vida. Pois você perceberá que as melhores coisas da vida só acontecem quando você foca em se divertir, não em qualquer outra coisa.
Por isso cante alto, corra, seja besta, brinque, gargalhe, faça uma pirueta, saia com os amigos. Aliás, nada de #foreveralone. São seus amigos que vão dar mais sentido a sua alegria aqui nessa vida. por isso #friendsforever.
Não ligue para o que vão dizer... Apenas faça, sem buscar aprovação. Afinal, se existe apenas um concelho que eu posso te dar é: Seja nocauteado pela felicidade. Não bambei, não dê uma de forte, não fuja... Tombe!
As pessoas parariam de se preocupar com o sentido da vida caso conhecessem a alma do extroverter-se. a extroversão nos dá um sentido à vida e a vida nos dá a extroversão como sentido.
Só não esqueça de abraçar as pessoas, de passar essa alegria a diante, crie a corrente do bem dos sentimentos. E viva cada dia como um mestre.
simplesmente sorria, gargalhe. Seja nocauteado pela felicidade.

Nada a declarar

Não vi nada.
Não falei nada.
O que aconteceu ontem vai continuar comigo. Mas eu fiquei com bastante raiva de mim mesmo.
Uma vez Alan Roger Currie falou: "Confiança e coragem não é representação de NÃO TER NENHUM MEDO, mas sim, é TOMAR AÇÃO APESAR DO MEDO." Dessa fez me faltou coragem, com em outros momentos. E que me põe num péssimo azorrague é que eu odeio falta de coragem.
É tão fácil tirar minha bunda do banco da praça e simplesmente fazer. Mas aquela garota com pinta de bad girl que eu adoro me deixa muito apreensivo em falar com ela. Tenho certeza que até hoje, ela foi a única que me fez realmente sentir medo da rejeição. A única. Não que meu passado de não me condene, mas ontem foi foda.
Hoje eu vou sair e conhecer uma garota incrível. Mais espetacular que ela. E como no meu cotidiano, eu vou esquecê-la até amanhã no máximo. Tenho uma péssima memoria. Tô até surpreso que eu ainda lembre dela. Na verdade, eu já nem lemro dela. Afinal, não vi nada, nem falei nada.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Março incoercível


Ele não sabia mais o que fazer.
Descia pela passarela flagelado por funestos pensamentos. Aqule ar inodoro que rasgava seus pulmões o enchia de dor, dor. Mais dor. Preso a um azorrague impiedoso. Só podia pensar que um dia a visitante detestável viria para dar seu “oi” também. “Um dia, quem sabe, eu a veja novamente” Ele pensava. Mas no fundo não acreditava. Ele não a veria novamente. “Ela me deixou. Ela não tinha o direito de fazer isso”. Uma lagrima pontuda e inexorável surgia de supetão no canto de seus olhos. Seu duto lacrimal o traira. Porém, ele já havia chorado demais na véspera. Pensou noutros dias que não era verdade. Sabe aquela sensação de que é mentira? Que pode mudar? Pois bem. Foi o que ele sentiu.
Sua cabeça lategou. “Ela me traiu”.  Sentiu o escárnio de si próprio. Antes que alguém pudesse ver seu pranto, ele o escondeu; mesmo que estivesse só naquele momento. Ao sair da passarela viu algumas pessoas esperando os seus respectivos ônibus, enquanto ele seguia seu caminho vázio. E quando eu falo “vázio”, entenda tanto conotativa quanto denotativamente. Eram seis horas de manhã e estava tão longe de casa com uma bolsa nas costas. Queria sumir. Todas as quartas e sextas-feiras seu pai o levará à escola muito cedo. Era quarta. Viu o nome da escola borrado. Suas lágrimas o sapecavam novamente.
Se sentiu podre. Esgotado. Inacessível. Obscuro. Torpe. Morto. Morto. Morto.
Sua vó estava morta. E ele se sentia morto. Mas logo o tempo passaria. E ele só lembraria dela em alguns momentos vagos, em que se alumiaria os sentidos e coçaria os olhos pelos formigamentos da vontade de chorar.
“Ela me prometeu que iria me ver casar”. Não viu.
Não chorou mais.