terça-feira, 29 de agosto de 2023

Se nunca houvesse sido

Santa Catarina foi uma grande paixão, mas deixou uma ferida profunda no meu coração.

Nunca pensei em toda minha vida, que me machucaria como me machuquei, nem nos meus piores pesadelos. Hoje carrego comigo uma dor tão profunda, que meus sorrisos são máscaras caóticas de um esfacelamento a qual minha alma está submetida. 

Sinto-me desmoronando por dentro, alicerces ruídos, e dilacerados.

Ao voltar pra minha terra, queria simplesmente viver como se minha vida em Santa Catarina nunca houvesse sido. Gostaria de simplesmente passar uma borracha nos últimos 3 anos.

Os amores que fiz, amantes e amigos, mostraram-se farelos ao vento. 

E eu? Tive que sufocar tantos amores.

Fiz outros? Fiz!

Mas não se substitui um amor.

Pelo menos eu não substituo.

A família que fiz para mim nas terras de lá me deu as costas e o que puder fazer? Nada além de sufocar meu sentir e engolir meu choro.


E chorei. Por Deus, eu chorei. 


Eu não queria seguir em frente, mas ouvir: acreditamos em vc, sabemos! Nós vimos. 

Mas eu fui largado pelos meus amigos,  pela família que fiz, como algo radioativo. Eu vi o choro deles por realmente não acreditar.

Como me reerguer em mim mesmo?

Eu sei que nada fiz mas, mesmo assim, me sinto hipócrita, como se eu fosse de fato culpado. Como eu tivesse de fato feito. Será eu tenho medo de vir a fazer? Eu tenho medo de mim mesmo, como se eu pudesse sair de mim em alguma situação e fazer. 

Tanto é assim que eu cogitei até que eu tivesse feito e esquecido. Mas embriagado assim não estava. Eu estava no exercício pleno das minhas faculdades mentais.

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